Atenção, carinho e empatia são essenciais durante o tratamento da depressão e a família tem um papel essencial no processo de cura do paciente

A depressão é uma doença psiquiátrica crônica e desenvolve alterações no humor que podem estar associadas a uma série de sentimentos. Essa psicopatologia vai muito além da simples sensação de tristeza e afeta não só a vida do acometido, como também impacta a vida de pessoas próximas a ele, como é o caso da família.
Essa doença pode acontecer em qualquer fase da vida e o diagnóstico precoce é o primeiro passo para um tratamento efetivo. Crianças, adolescentes, adultos e idosos estão suscetíveis a possíveis quadros depressivos. Os primeiros passos para o diagnóstico são a observação e o reconhecimento dos sintomas, e esses geralmente são dados pela família.
A família dos portadores de depressão precisa manter-se informada sobre a doença, suas características, sintomas e riscos. Em entrevista à coluna Entrementes, no Portal Drauzio Varella, o psicólogo Ricardo Moreno enfatiza os sentimentos que podem acompanhar a depressão. “A tristeza tem duração limitada, enquanto a depressão costuma afetar a pessoa por mais de 15 dias. Além disso, a depressão provoca sintomas como desânimo e falta de interesse por qualquer atividade”, disse.
Ainda durante a entrevista, o psiquiatra reforça que nem sempre o reconhecimento dos sintomas por parte da família é algo simples e fácil, mas existem pontos importantes a serem observados nesse “diagnóstico prévio”. “A família pode identificar o comportamento do deprimido pela mudança de atitudes, porque ele deixa de ser o que era, deixa de sentir alegria, apresenta queda de desempenho e passa a agir de forma diferente do habitual”, contou Ricardo.
Nesses casos, é importante que o núcleo familiar seja um ponto de apoio e de referência a comportamentos construtivos e positivos. Adriana Vieira, diagnosticada em um quadro depressivo desde muito jovem, conta que o apoio familiar é essencial para o progresso do seu tratamento. “Na família eu encontrei apoio e acolhimento. É aquela sensação de ser entendida e cuidada. Eles sempre procuram saber mais sobre a doença e buscam alternativas para me ajudarem de várias formas, principalmente nos pequenos gestos”, afirma Adriana.
Em conversa com Luana Viana para o Portal Drauzio Varella, o presidente do Centro de Valorização da Vida (CVV) fala sobre o cuidado e o papel crucial que as pessoas que se relacionam com indivíduos acometidos pela depressão têm: “na hora de acolher, é preciso respeitar o tempo do paciente, manter-se sensível, empático e acompanhá-lo sem pressa. Para isso é importante focar na pessoa, seus sentimentos, valores e possibilidades”.
Mesmo não tendo uma preparação psicológica prévia para ouvir e acompanhar alguém, você deve ser uma ponte entre a pessoa e a ajuda especializada. O CVV atende por telefone (188), e-mail e chat de mensagens 24 horas todos os dias e presta apoio emocional.
Yan Sieira